Entre os dias 25 e 29 de setembro de 2022 aconteceu a IV Conferência Indígena da Ayahuasca, tendo como anfitrião o Instituto Yorenka Tasorentsi (IYT), em sua sede localizada no município Marechal Thaumaturgo, Acre Brasil, às margens do Rio Juruá. Entre a terceira e a quarta conferência, houve uma grande articulação entre povos e parceiros, o que contribuiu para o destaque da participação de representantes de 35 povos indígenas do Brasil e de outros países como Colômbia, Equador, Peru, México e Canadá, organizações indígenas, parceiros institucionais, pesquisadores e outros convidados não indígenas.
O artigo analisa a legislação ambiental referente ao uso da ayahuasca no Brasil e suas controvérsias.
No início de 2016 recebi um convite para participar da segunda Conferência Mundial da Ayahuasca, no Acre, e fazer uma palestra. Seria no mês de Outubro. A primeira havia sido em Ibiza, Espanha, 2 anos antes. Acompanhei pela internet. Soube que foi muito interessante, primeiro evento deste porte, reunindo autoridades do mundo acadêmico para falar sobre o universo da AYAHUASCA.
O Santo Daime (ayahuasca) tem um papel de destaque entre as plantas de poder no universo do sagrado feminino por estar ligado ao mito e ao mistério do nascimento. A arte de partejar com preparações botânicas remonta a 2000 anos a.C. Parteiras indígenas (arquétipo da mulher selvagem) passaram essa prática para as parteiras da bacia amazônica e esse conhecimento foi transmitido de geração em geração. Povos indígenas da América pré-colombiana estabeleciam a comunhão com a natureza reverenciando a mãe Terra, sendo a ayahuasca, a professora, que lhes transmitia ensinamentos e fazia a integração da tradição entre as populações caboclas.