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Novo livro: Drogas, Políticas Públicas e Consumidores

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Educación pública sobre plantas psicoactivas, ahora en portugués y español.
Educação pública sobre plantas psicoativas agora em português e espanhol.

Beatriz Caiuby Labate, Frederico Policarpo, Sandra Lucia Goulart e Pablo O. Rosa (organizadores)

Editora: Mercado de Letras e Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos (NEIP)

lancamento livroResumo: Este livro visa refletir sobre as representações acerca do consumo de substâncias psicoativas e discutir instrumentos teóricos e metodológicos que permitam compreender os padrões de consumo, seus efeitos e os controles que os cercam. Contempla a multiplicidade de discursos e práticas que coexiste em torno das “drogas”. Tanto as estratégias de controle sobre as experiências de consumo, como aquelas mobilizadas para garantir esse consumo são consideradas em suas singularidades, isto é, a partir de sua própria constituição. Nenhum discurso serve como referencial externo para a interpretação de outros: o que dizem e fazem os agentes da lei e da saúde são tão legítimos quanto o que dizem e fazem os que consumem ayahuasca, álcool, crack ou ritalina. Nesse sentido, propõe-se problematizar o paradigma “médico-legal”. Ao mesmo tempo, busca-se superar a dicotomia “efeitos farmacológicos” versus “aspectos culturais”, promovendo o diálogo entre diferentes campos de conhecimentos, de modo a se pensar o tema a partir de uma perspectiva mais integrada. Para tanto, o livro comporta: 1) Etnografias sobre as práticas de consumo de “drogas”, “plantas” e/ou “remédios”;  2) Regulamentações e controles sobre as “drogas”: Legislativo, Tribunais de Justiça e Delegacias; e 3) Análises dos serviços de saúde, atendimento e tratamento de pessoas que fazem uso de substâncias psicoativas.

Índice:

Prefácio
Michel Misse

Discursos e Práticas sobre Usos de Drogas: Perspectivas em Ciências Humanas
Beatriz Caiuby Labate, Frederico Policarpo, Sandra Lucia Goulart, Pablo Ornelas Rosa

Parte I: Drogas e Cultura
1. Psicoativos, cultura e controles: contribuições da antropologia ao debate público no Brasil

Taniele Rui e Beatriz Caiuby Labate

Este artigo parte de autores clássicos das ciências sociais para apresentar a constituição da abordagem analítica dos efeitos das drogas como fenômenos culturais e sociais. Se atualmente esta ideia é quase senso comum, a atualização radical deste princípio entra em conflito com os paradigmas médicos e legais ainda dominantes. Mais do que demonstrar como o contexto modula as experiências, investigamos como os controles culturais e informais regulam o consumo de drogas. Exploramos uma série de exemplos empíricos de como o uso de drogas é ‘controlado’ pela cultura, seja em contextos tradicionais indígenas (ie peyote, ayahuasca), rituais contemporâneos não indígenas (ie Santo Daime), recreativos (ie MDMA em raves, uso social do álcool) ou abusivos (ie, crack nas ruas, ou drogas em prisões). Sugerimos que o uso de drogas pode ocorrer de maneira não-problemática não apenas em contextos tradicionais, mas também em sociedades contemporâneas, observando ainda que o uso de drogas é sempre de alguma maneira regulado, mesmo em contextos potencialmente abusivos. Argumentamos que mais do que ir além de um modelo criminalização para reivindicar um de saúde/ redução de danos, é necessário reconhecer a legitimidade e positividade cultural do uso de drogas, entendendo-a a partir de uma perspectiva de direitos humanos.

2. Criatividade e Dinâmica do Mercado das Drogas: as Smart Shops em Lisboa

Antonio Rafael Barbosa

Neste capítulo abordo um assunto cujo interesse vem crescendo nas últimas décadas: trata-se da contínua invenção de novas drogas sintéticas e dos mercados criados através da circulação de tais substâncias. Tomo como estudo de caso o funcionamento das chamadas smart shops em Lisboa, buscando desenvolver minhas reflexões em torno de dois temas: a dinâmica dos “ilegalismos” presente em tais mercados e as relações entre natureza e artificialidade que conformam as valorações sobre os produtos comercializados.

3. Psicofármaco e smart drugs: metilfenidato e performance

Eleonora Bachi Coelho

O cloridrato de metilfenidato é um fármaco com ação psicoestimulante amplamente conhecido por um de seus nomes comerciais: Ritalina®. Considerando os dados que apontam a crescente realidade de consumo deste psicofármaco, bem como a presença constante de polêmicas acerca de seus usos, o presente trabalho tem como objetivo confrontar as fronteiras entre uso médico e não médico, medicamento e droga, mediante a análise dos significados e das questões morais levantadas por usuários do cloridrato de metilfenidato. Assim, utiliza-se o metilfenidato como um fio condutor para acessar as narrativas em torno de seu uso e os significados sociais nele implicados. Este trabalho faz parte de uma pesquisa de mestrado em antropologia social em desenvolvimento e busca evidenciar a realidade do uso do metilfenidato para aprimoramento e a tênue fronteira com seu uso terapêutico. A partir da análise do material coletado em entrevistas com consumidores do medicamento, serão abordados três tópicos: um caso de uso-médico; casos divergentes e sentimentos de ambiguidade com relação ao medicamento. Por fim, constata-se que o medicamento assume significado de força e sucesso para a maioria dos entrevistados, sem necessariamente estar relacionado com demandas de saúde e qualidade de vida.

4. Ayahuasca e políticas públicas culturais: estratégias de reconhecimento público das religiões ayahuasqueiras

Sandra Lucia Goulart

Este capítulo realiza uma análise sobre a demanda de reconhecimento do uso ritual da bebida psicoativa ayahuasca como patrimônio imaterial da cultura brasileira, apresentada por alguns grupos religiosos que fazem do consumo desta bebida o centro de suas cerimônias. O objetivo é apontar para as estratégias e argumentações que são privilegiadas por esses grupos na sua mobilização pelo registro do uso da ayahuasca como patrimônio cultural nacional. Trabalho com a hipótese de que esta mobilização implica numa transformação dos modos de relacionamento destes grupos religiosos com outras esferas da sociedade e com o Estado. Há uma alteração na forma de apresentação pública destas religiões: da associação ao debate sobre drogas passa-se à definição da religião como cultura. Comparo esse processo vivido por grupos religiosos ayahuasqueiros com o caso de outras religiões brasileiras. A analogia visa apontar como diferentes definições de religião são construídas no processo de legitimação social de cultos brasileiros. Aponto, especialmente, para as articulações entre as definições de religião e de cultura nesse processo.

Parte II: Políticas Públicas, Legislação, Aplicação da Lei

5. Pesquisando com usuários de crack: reflexões metodológicas sobre a experiência com o mapeamento do perfil de usuários no Nordeste do Brasil

Tatiane Vieira Barros e Jaína Linhares Alcantara

O trabalho proposto visa apresentar uma reflexão crítica sobre os percursos metodológicos do mapeamento do perfil de usuários de crack e similares no Nordeste do Brasil. Para isso, será tomada como base a experiência de antropólogas que atuaram na pesquisa desenvolvida por uma fundação de estudos sociais em saúde nas cidades de Natal (RN) e Fortaleza (CE). O objetivo desse trabalho é evidenciar como os usuários de crack no país têm sido percebidos numa esfera social que contempla tanto o cidadão comum quanto os pesquisadores, e quais as limitações das pesquisas realizadas para entender essa questão e as problemáticas que a permeiam. Para tanto é necessário compreender que pesquisas com usuários de substâncias psicoativas devem levar em consideração o papel do sujeito, suas formas de uso e suas questões sociais. Neste contexto, o estigma e a manipulação de informações podem ser trabalhados como algo que envolve o universo daqueles que usam drogas, percebendo, através das técnicas do corpo, espécies de padrões que são apreendidos e que de certa forma aproximam os estereótipos — ou pelo menos está no imaginário do pesquisador. Assim, o lugar metodológico da Antropologia nas pesquisas com usuários de crack será levantado e discutido aqui.

6. A pacificação dos usos públicos do crack e a repressão ao usuário: notas a partir de etnografia na região central de São Paulo

Rubens de Camargo Ferreira Adorno

Pretende-se nesse capítulo revisitar, a partir de etnografias realizadas desde os finais da década de 1990, cenas de uso, que foram registradas no circuito de rua na cidade de São Paulo. Parte-se do pressuposto de que o consumo de drogas relaciona-se com o contexto de construção de subjetividade, corporalidades, moralidades, identidades e práticas de vida. Essa é uma perspectiva dentro de etnografias contemporâneas, desenvolvidas sobretudo como apreensões críticas do próprio processo contemporâneo dos aparatos técno científicos que comandam os serviços de saúde. A ideia de “pacificação de uso” remete por sua vez às estratégias de controle que foram sendo desenvolvidas a partir do próprio uso, da ação e reação à política repressiva e normatizadora do discurso sanitário, e  também com a participação das ciências humanas e da perspectiva do direito ao uso de drogas.

7. Liberação ou proibição? Um estudo sobre discursos e representações acerca da política de drogas nos projetos de lei no Congresso Nacional (2010-2014)

Nalayne Mendonça Pinto e Alessandra Fontana Oberling

O presente trabalho tem por objeto analisar os discursos e as representações sociais acerca dos projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional sobre política de drogas. Nos últimos quatro anos o debate sobre a reforma da política de drogas ganhou projeção nacional em vista das mudanças legislativas e ampliação do debate no cenário internacional. Seguindo assim uma tendência liberal de flexibilizar a permissão para o uso recreativo e outros fins de determinadas substâncias ilícitas, principalmente a “maconha”. Em outro sentido, propostas de recrudescimento penal foram apresentadas no Congresso Nacional em resposta a uma suposta epidêmica do crack no país. Com a finalidade de aumentar as penas para o crime de tráfico, entre outros, mantendo a proibição do uso e estabelecendo políticas de saúde que visam a abstinência total e as internações compulsórias como solução para a dependência química. Nesse sentido, este trabalho pretende identificar e compreender os discursos que embasam a elaboração dos projetos de lei que tramitam atualmente no parlamento brasileiro, quais sejam: o PLC 37/2013, antigo PL 7663/2010 em tramitação no Senado Federal; o PL 7187/2014 e o PL 7270/2014 em tramitação na Câmara dos Deputados, além da  Sugestão Número 8 – Proposta de ideia legislativa de iniciativa popular do portal e-cidadania do Senado Federal. Por conseguinte, o que este estudo pretender apontar são os embates discursivos, que nem sempre se fundamentam em controvérsias de natureza conceitual, mas que compõem o cenário político e mobilizam e inspiram os atores nas disputas de poder para fazer valer suas verdades.

8. A Política Nacional de Drogas e a Prática Judicial

Artur Dalla Cypreste e Bernardo Berbert Molina

Desde que entrou em vigor a atual lei de drogas em 2006, o número de pessoas presas por tráfico de drogas passou a aumentar consideravelmente, ao passo que casos por uso de drogas registram proporcional queda. O objetivo deste capítulo é analisar como as representações sociais sobre o tráfico e as drogas incidem na prática judicial e como símbolos são mobilizados e expressados nos discursos de magistrados, promotores, advogados de defesa e depoentes em julgamentos de pessoas acusadas por tráficos de drogas na cidade do Rio de Janeiro. Procuramos identificar de que forma variáveis como origem e status social dos acusados são mobilizados para classificar os réus como traficantes ou não, e no caso dos incriminados, como interferem nas sentenças.

9. Notas sobre os processos de incriminação de consumidores e cultivadores caseiros de maconha no Brasil

Marcos Alexandre Veríssimo da Silva

O objetivo desta proposta é apresentar algumas considerações baseadas em pesquisa de pós-doutorado que venho desenvolvendo, sob o título de “O Aprendizado das Práticas Jurídicas” (PNPD-CAPES), através do qual procuro aprofundar questões colocadas na tese. Nesta, destaquei a prática da jardinagem como forma auto-abastecimento realizada por parte de consumidores de maconha (Cannabis sativa L.), planta cujo consumo e plantio é criminalizado pelo ordenamento jurídico brasileiro. A partir da leitura de peças processuais onde pessoas aparecem interpeladas nos tribunais por possuírem plantas de maconha, procurei apreender as representações e moralidades estruturantes em tais processos de incriminação aos quais réus e defensores tentam se opor, quase sempre através da construção de identidades alternativas que ativam também as suas representações e moralidades estruturantes. Embora, por conta da clandestinidade de tais jardins, não se possa estimar o número de pessoas que a esta pratica aderem no Rio de Janeiro, minha etnografia junto a grupos de cultivadores cariocas permite inferir que este número cresceu muito nos últimos anos. Porém, pessoas são acusadas como traficantes por tal modalidade de jardinagem. Desse modo, minha proposta é tentar compreender os processos de incriminação e identificação aí envolvidos a partir do confronto do que “dizem” os processos com o que a etnografia sugere.

Parte III: Saúde, Atendimento e Tratamento em Perspectiva

10. O local onde os múltiplos discursos sobre o consumo de drogas se encontram: fazendo pesquisa num Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e outras Drogas (Caps/ad) no Rio de Janeiro

Frederico Policarpo

Neste trabalho discutirei o atendimento de saúde oferecido aos consumidores de drogas na cidade do Rio de Janeiro, baseado em minha pesquisa de doutorado, quando frequentei por um ano um Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e outras Drogas (Caps/ad) na zona norte da cidade. Pretendo discutir o encontro dos múltiplos discursos acerca do consumo de drogas que se atualizam nesse espaço. O Caps/ad é um serviço público de atendimento ambulatorial que funciona das oito da manhã às cinco da tarde, oferece lanches, matinais e vespertinos, e almoço, além de atividades, como oficinas e sessões de grupo e individuais. Além de participar das reuniões de equipe que eram restritas aos profissionais, concentrei meu trabalho de campo no pátio, onde conversava livremente com os pacientes. Se, por um lado, a frequência no pátio me fez notar a multiplicidade de discursos acerca do consumo de drogas que circula entre os pacientes, por outro, minha participação na reunião da equipe me fez perceber as negociações e discussões entre os profissionais técnicos para objetivar as práticas e discursos dos pacientes em sintomas. Esse encontro entre esses dois modos discursivos acerca das drogas – que sugiro sintetizar em discursos a partir da experiência e sobre a experiência de consumo de drogas – é o ponto que discuto neste artigo.

11. A dependência química e seus cuidados: um olhar antropológico sobre os desdobramentos de intervenções terapêuticas a partir das histórias de vida de pacientes

Jardel Fischer Loeck

O presente capítulo tem o objetivo apresentar algumas reflexões sobre a rede de atenção em saúde para usuários de substâncias psicoativas a partir das vivências de pacientes/clientes dessa rede. Trata-se de um recorte de pesquisa realizada para a elaboração de tese de doutorado em antropologia social. O trabalho de campo foi desenvolvido em quatro diferentes contextos terapêuticos para dependentes químicos na cidade de Porto Alegre (RS) – grupo de Narcóticos Anônimos, dois serviços de atendimento ambulatorial (um filantrópico, outro dentro do modelo SUS) e uma Comunidade Terapêutica de cunho religioso. Além do trabalho de observação participante realizado nesses diferentes espaços, foram realizadas entrevistas em profundidade com pacientes/clientes de cada um deles. Neste capítulo o objeto de análise são passagens das trajetórias de vida de dois desses indivíduos. Pensa-se tanto na dependência química como um processo muitas vezes colocado em prática através de múltiplos contatos institucionais que se desenrolam no tempo e no espaço, quanto na heterogeneidade dos atores sociais que, em contato com esses indivíduos, tornam a dependência química e seus cuidados um fenômeno concreto. Mais do que abordar os contatos terapêuticos em termos de eficácia ou sucesso, pensa-se aqui em seus desdobramentos práticos. Parte-se do pressuposto de que as intervenções terapêuticas para dependência química – principalmente de substâncias ilícitas – baseadas na abstinência, não apresentam necessariamente desdobramentos previsíveis.

12. Eventos de coletas de dados: drogas, entrevistadores e participantes de pesquisa em um empreendimento de pesquisa médico-científico

Eduardo Zanella

O presente trabalho descreve as coletas de dados de uma pesquisa médico-científica, realizada com pacientes usuários de drogas. A partir do conceito de evento, objetiva-se analisar os procedimentos necessários para a sua realização, com atenção para os imponderáveis e transformações que ocorrem neste momento da atividade científica. Argumento que o processo de fabricação dos participantes de pesquisa envolve a contínua busca por atenuar e diminuir os efeitos do uso de drogas sobre estes sujeitos, com a finalidade de garantir o registro de dados “íntegros” e “verídicos”. Deste modo, este processo posiciona os pacientes usuários de drogas na qualidade de objetos da atividade científica, no sentido de matéria-prima a partir da qual este empreendimento avança no conhecimento das drogas. Por fim, o texto faz referência a situações nas quais os pacientes não se comportam enquanto participantes de pesquisa, mas enquanto pesquisadores eles próprios, sujeitos de conhecimento nas sessões de coletas de dados. Estas situações revelam que as relações de poder sujeito/objeto no interior do empreendimento científico são definidas a partir da maior ou menor aproximação de seus agentes com relação às drogas.

13.   Redução de danos e empreendedorismo de si: a política de drogas no contexto mundial contemporâneo

Pablo Ornelas Rosa

As primeiras experiências com políticas de Redução de Danos ocorreram na Inglaterra na primeira metade do século XX, quando o Ministro Rolleston passou a prescrever metadona para o tratamento da dependência da heroína. No Brasil, essas experiências começaram institucionalmente em 1989, na cidade de Santos/SP, com a distribuição de preservativos e seringas destinadas à usuários de cocaína injetável, que tinha como principal objetivo reduzir os índices de contaminação de HIV/Aids. Como a grande parte daqueles que reivindicavam por essas políticas de Redução de Danos era composta por usuários ou ex-usuários de drogas, foi possível constatar a emergência de movimentos sociais organizados por esses sujeitos que passaram a se profissionalizarem na condição de (agentes) redutores de danos, divulgando suas ideias que consistiam em assumir o controle de si e dos outros no que se refere ao consumo de drogas. Esse capítulo parte de reflexões, experiências e debates extraídos de pesquisas de mestrado e doutorado que, ao se amparar na analítica genealógica foucaultiana, mostram como ocorreu certa profissionalização de indivíduos incumbidos de ensinarem técnicas bastante próximos daquilo que Michel Foucault chamou de poder pastoral, também caracterizadas pelo controle das condutas através do policiamento do outro.

Referência da obra:
Labate, Beatriz C.; Policarpo, Frederico; Goulart, Sandra L.; Rosa, Pablo O. (eds). (2016). Drogas, políticas públicas e consumidores. Campinas: Mercado de Letras; São Paulo, Núcleo Interdisciplinares de Estudos sobre Psicoativos (NEIP).
ISBN 978-85-7591-310-6
Biografia dos organizadores


Bia Labate Los Cabos 2016 IBeatriz Caiuby Labate
é Doutora em Antropologia Social pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP.  Suas principais áreas de interesse são o estudo de substâncias psicoativas, políticas sobre drogas, xamanismo, ritual e religião. É Professora Visitante do
Centro de Pesquisa e Estudos de Pós Graduação em Antropologia Social (CIESAS), em Guadalajara, e Professora Associada do Programa de Política de Drogas do Centro de Pesquisa e Ensino em Economia (CIDE), em Aguascalientes, México. Também é co-fundadora do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos (NEIP) e editora de seu site (http://www.neip.info). É autora, coautora e coeditora de doze livros, de uma edição especial de um journal acadêmico e de vários artigos indexados. Para mais informações, ver: http://bialabate.net

10. Frederico PolicarpoFrederico Policarpo possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro; Mestrado e Doutorado em Antropologia pela Universidade Federal Fluminense (PPGA/UFF). É Professor Adjunto de Antropologia no curso de Políticas Públicas, Departamento de Educação, Campus Angra dos Reis, da Universidade Federal Fluminense (IEAR/UFF). É pesquisador vinculado ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia- Instituto de Estudos Comparados em Administração Institucional de Conflitos (INCT-InEAC), da Universidade Federal Fluminense e também pesquisador do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos (NEIP). 

13. Pablo RosaPablo Ornelas Rosa é Pós-Doutor em Sociologia pela UFPR (2014), Doutor em Ciências Sociais pela PUC/SP (2012), Mestre em Sociologia Política (2008) e Bacharel em Ciências Sociais (2005) pela UFSC. Professor Titular I nos Programas de Pós-Graduação em Sociologia Política e em Segurança Pública da UVV/ES. É autor dos livros “Rock Underground: Uma Etnografia do Rock Alternativo” (Radical Livros, 2007), “Juventude Criminalizada” (Insular, 2010), “Sociologia Política” (Ed. IFPR, 2013) em co-autoria com Rodrigo Guidini Sonni, “Drogas e a Governamentalidade Neoliberal: Uma Genealogia da Redução de Danos”(Insular, 2014) e organizou com Rosângela de Sena e Silva “Juventude, Ativismo e Redução de Danos” (Ed. Casa/ Ministério da Saúde, 2010).

4. Sandra GoulartSandra Lucia Goulart é antropóloga, Doutora em Ciências Sociais pela Unicamp e Mestre em Antropologia Social pela USP. Ela se especializou no estudo de grupos religiosos ayahuasqueiros do Brasil. Suas publicações abordam temas ligados à área de estudos de religiões bem como sobre o uso de drogas em diferentes contextos. Entre suas pesquisas e publicações, se destaca o trabalho realizado para a UNESCO sobre o uso de crack na cidade de São Paulo, “Drug Trafficking in an Urban Area: the case of São Paulo” (Goulart e Mingardi 2002) e, também, as coletâneas: O Uso Ritual das plantas de poder (2005), e Drogas e Cultura: novas perspectivas (2008), co-organizadas por ela. Goulart é professora de Antropologia na Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo, desde 2007, uma das fundadoras do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos (NEIP) e diretora da ABESUP (Associação Brasileira de Estudos Sociais sobre Psicoativos). 

Biografia dos autores

6. Rubens AdornoRubens Adorno é Professor Associado III na Universidade de São Paulo, possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas (1977), Mestrado em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo (1992) Doutorado em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo (1992). ) , e Livre Docência pela mesma universidade em 1997 , a partir do Grupo de Pesquisa Sociedade e margens, curso de vida e políticas públicas, e do  Grupo de Estudos Drogas e Sociedade da Universidade de São Paulo procura trazer a contribuição da Pesquisa Social , notadamente da Antropologia e das etnografias contemporâneas ,para o campo da Saúde, buscando construir um tratamento teórico para a relação entre as intervenções tecno –políticas e as chamadas “populações vulneráveis”, a partir dos contextos  globais, nacionais e locais, do cotidiano e das mudanças que ocorrem nos modos de  vida das populações considerando os recortes classe social, raça-etnia, geração, gênero e sexualidades. É membro e ocupa no momento a presidência da ABESUP- Associação Brasileira de Estudos Sociais do uso de psicoativos.


3. Eleonora Coelho copiaEleonora Bachi Coelho
é mestranda em Antropologia Social (UFRGS). Possui bacharelado em Ciências Sociais (UFRGS), graduação em Psicologia (ULBRA) e especialização na área de Psicologia Social e Institucional. Seu projeto de pesquisa esta vinculado ao Núcleo de Pesquisa em Antropologia do Corpo e da Saúde (NUPACS), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.


11. Jardel LoeckJardel Fischer Loeck
é doutor em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2014). Mestre em Antropologia Social pela mesma instituição (2009) e graduado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Londrina (2005). È colaborador do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos (NEIP) desde 2006. Atualmente atua como sociólogo no Observatório de Segurança Pública de Canoas, no Rio Grande do Sul.

12. Eduardo ZanellaEduardo Zanella nasceu em 1988, em Porto Alegre, onde reside. É bacharel em Ciências Sociais pela UFRGS e mestre em Antropologia Social pela mesma instituição. Dedica suas pesquisas às temáticas das drogas, ciência, gênero, corpo e saúde. É membro do grupo de pesquisa Cnpq Ciências na vida – produção de conhecimento e articulações heterogêneas e do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos (NEIP).


1a. Taniele RuiTaniele Rui
é Doutora em Antropologia Social (2012) pela Universidade Estadual de Campinas -UNICAMP. Atualmente é pós-doutoranda do Núcleo de Etnografias Urbanas, do CEBRAP, professora convidada na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESP-SP) e conselheira titular do Conselho Nacional de Políticas sobre drogas (CONAD; representante antropólogo). É membro também do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre psicoativos (NEIP) e do Laboratório de Estudos Interdisciplinares sobre Usos de Psicoativos (LEIPSI). Vem se dedicando à pesquisa de temas em antropologia urbana, com foco em vidas e situações-limites, produzindo investigações etnográficas sobre margens urbanas, políticas sociais destinadas a populações em situação de risco e vulnerabilidade, corporalidades abjetas, violência, segurança pública, saúde pública, instituições totais consumo de drogas e projetos políticos/terapêuticos concorrentes sobre drogas (como, por exemplo, disputas entre programas de redução de danos e comunidades terapêuticas).


2. Antonio RafaelAntonio Rafael Barbosa
é professor do Departamento de Antropologia e do PPGA da Universidade Federal Fluminense (Rio de Janeiro). Desenvolve pesquisas com os seguintes temas: movimentos minoritários; práticas de uso e comércio de drogas; sistema penitenciário. É autor do livro “Um abraço para todos os amigos: algumas considerações sobre o tráfico de drogas no Rio de Janeiro” (EDUFF, 1998) e organizador da coletânea “(I)legal: etnografias em uma fronteira difusa” (EDUFF, 2013).


9. Marcos VerissimoMarcos Alexandre Veríssimo
da Silva é  Doutor pelo Programa de Pós Graduação em Antropologia Universidade Federal Fluminense. Mestre em Antropologia pelo mesmo programa. Especialista em Políticas Públicas de Justiça Criminal e Segurança Pública pela Universidade Federal Fluminense. Graduado em Ciências Sociais (bacharelado e licenciatura) pela Universidade Federal Fluminense. Pesquisador associado ao Instituto de Estudos Comparados em Administração Institucional de Conflitos (INCT-InEAC). Áreas de interesse: conflitos relacionados às “drogas” (lícitas e ilícitas) e seus usos, mercados, produção e repressão; antropologia visual; e estudos de manifestações artísticas e culturais construídas por grupos sociais mais ou menos definidos.


8a. Artur DallaArtur Dalla Cypreste
é bacharel e licenciado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES); mestre e doutorando pelo Programa de Pós Graduação em Sociologia Poílica da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (PPGSP/UENF); pesquisador vinculado ao Núcleo de Estudos de Esclusão e Violância (NEEV/UENF) e ao Instituto Nacional de Estudos Comparados em Administração Institucional de Conflitos (INCT-InEAC/UFF) da Universidade Federal Fluminense; além de ser professor de sociologia na rede estadual de ensino do Rio de Janeiro.


8b. Bernardo MolinaBernardo Berbert Molina
é bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) e mestrando no Programa de Pós Graduação em Sociologia Política da mesma Universidade (PPGSP/UENF). Pesquisador do Núcleo de Estudos da Exclusão e da Violência (NEEV/UENF) e vinculado ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – Instituto de Estudos Comparados em Administração Institucional de Conflitos (INCT-InEAC/UFF) da Universidade Federal Fluminense.


7a. Nalayne MendonçaNalayne Mendonça Pinto
é socióloga, com Doutorado em Ciências Humanas (Sociologia) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2006), Mestrado em Sociologia e Antropologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2000). Atualmente é Professora Adjunta do Departamento de Ciências Sociais e do Programa de Pós Graduação em Ciências  Sociais  da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. É pesquisadora na área de Sociologia, com ênfase nos seguintes temas: Sociologia Jurídica, Sociologia Criminal, Criminologia, e Coordenadora do Núcleo de Análises em Políticas Públicas da UFRRJ.


Alessandra OberlingAlessandra Fontana Oberling
  é antropóloga, com mestrado pelo Programa de Pós-graduação em Antropologia pela Universidade Federal Fluminense. Em 2009, esteve à frente da Secretaria Executiva da Comissão Brasileira sobre Drogas e Democracia. De 2012 a 2014 foi coordenadora da Rede Pense Livre – por uma política sobre drogas que funcione. Atualmente é Professora da Universidade Católica de Brasília na área de antropologia, com ênfase nos seguintes temas: Antropologia Urbana e Criminologia.  É pesquisadora associada do Núcleo de Análises em Políticas Públicas da UFRRJ e conselheira do Conselho Nacional sobre Política de Drogas.


5a. Tatiane BarrosTatiane Vieira Barros
é graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, mestre em Antropologia pela Universidade Federal de Pernambuco. Atualmente cursa doutorado em Antropologia Social na Universidade Federal de Santa Catarina, com pesquisa voltada para uma perspectiva dos tratamentos da adicção às drogas a partir da visão de usuários que frequentam grupos de ajuda mútua, como o Narcóticos Anônimos (NA) e Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS-AD). Tem experiências com pesquisas em antropologia do corpo e da saúde e etnografias em serviços e instituições de saúde.


5b. Jaina LinharesJaína Linhares Alcantara
é graduada em Ciências Sociais pela Universidade Estadual do Ceará, mestre em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Atualmente é professora substituta do curso de Ciências Sociais da Universidade Estadual do Ceará, professora visitante da Escola de Saúde Pública do Ceará e professora-pesquisadora do Centro de Referência Regional sobre Crack, vinculado ao Núcleo de Pesquisas Sociais da Universidade Estadual do Ceará. Consultora da Coordenadoria de Políticas sobre Drogas do município de Fortaleza junto a pesquisas voltadas para verificar a incidência e os modos de uso de drogas entre população em situação de rua. Desenvolveu pesquisas relacionadas a sociabilidades, corpo e saúde presentes nas interações entre redes sociais de jovens que utilizam substâncias psicoativas ilícitas e lícitas.

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