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Como as comunidades colombianas de yagé enfrentaram a pandemia de COVID-19

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Magdalena Tanev nasceu no Reino Unido. Reside na Colômbia, onde é escritora e editora. Ela atualmente trabalha na firma digital Publicize e pe co-anfitriã do podcast Brains Byte Back.

A expansão mundial da ayahuasca entre as classes médias urbanas permitiu a projeção de uma diversidade quase infinita de práticas e comunidades, que vão dos grupos indígenas de matriz amazônica e das igrejas tradicionais de ayahuasca no Brasil até as novíssimas formas de neoxamanismo emergentes na América do Norte, Europa e outras regiões do globo. Essa série vai examinar como as práticas e tradições dessas diversas comunidades estão se organizando para lidar com os desafios que surgiram como resultado da epidemia global e nas medidas tomadas para mitigar seu impacto.

“Nós não devemos temer o vírus. Mas ele ainda está por aqui, então temos que tratá-lo com respeito”, explicou o curador xamânico, Alex Rojas Mutumbajoy, enquanto tomávamos uma xícara quente de aguapanela em uma manhã de domingo no final de novembro de 2020. Essa foi a manhã após a segunda cerimônia privativa de Yagé que aconteceu na maloca de Alex, localizada nas margens de Medellín, depois do lockdown.

Mutumbajoy, originalmente parte do departamento (grupo de municípios) de Putumayo, é um dos muitos taitas (curadores) que foram forçados a por um freio em boa parte de suas atividades de cura quando a COVID-19 chegou. A quarentena de seis meses vivida na Colômbia significou que muitos curadores xamânicos não puderam realizar cerimônias fora da região amazônica. A, com a evolução da pandemia, muitas de suas comunidades, frequentemente localizadas em áreas remotas da amazônia colombiana, sentiram o forte golpe da presença do vírus em seus territórios.

Embora a Colômbia não ostente a mesma escala de turismo ayahuasqueiro observada no Peru, a pandemia de COVID-19 ainda assim teve um grande impacto nas cerimônias de yagé, bem como nos povos e regiões das quais essas práticas são originárias. Apesar de todo o impacto da pandemia nos níveis físico, econômico e psicológico dessas comunidades, pude descobrir várias histórias de resiliência e adaptabilidade Indígena, juntamente com a permanência da confiança e do compromisso no uso de plantas sagradas. Esse conhecimento ancestral, aliás, de fato funcionou como uma ferramenta fundamental das comunidades para lidar com a COVID-19.

O Impacto da COVID-19 na Amazônia colombiana: Despreparo e falta de equipamentos.

Sem dúvidas, o departamento do Amazonas foi o mais pesada e rapidamente afetado pelo vírus, com o primeiro caso tendo sido reportado em 17 de abril de 2020. Com uma média de mais de 75% das pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza fora da capital, Leticia (onde o número é de 48.4%), essa representa uma das áreas mais vulneráveis do país.

Por volta de fins de março do ano passado, várias associações indígenas já estavam propondo uma lista de medidas estritas para interromper a penetração do vírus em suas comunidades, incluindo a interdição de quaisquer não moradores da região de transitar por lá. A ONG Fundación Gaia Amazonas sublinhou a falta de infraestrutura no departamento do Amazonas, que naquele momento tinha somente 68 leitos de hospital, 58 dos quais estavam em Leticia e, o que é mais alarmente, nenhuma UTI.

Grupos indígenas no departamento de Caquetá lançaram também uma declaração oficial, insistindo para que o governo nacional pudesse providenciar apoio humanitário para prevenir a entrada do coronavírus – e que os mais renomados taitas e doutores espirituals deveriam formar parte de uma equipe médica para a proteção das comunidades.

Grupos indígenas no departamento de Caquetá lançaram também uma declaração oficial, insistindo para que o governo nacional pudesse providenciar apoio humanitário para prevenir a entrada do coronavírus – e que os mais renomados taitas e doutores espirituals deveriam formar parte de uma equipe médica para a proteção das comunidades.

Em 19 de maio de 2020, a OPIAC (Organización Nacional de los Pueblos Indígenas de la Amazonía Colombiana) publicou uma declaração oficial demandando do governo o apoio para toda a região amazônica, que era até o momento completamente despreparada e desassistida economicamente para a contenção da transmissão do vírus.  

Apesar dessas reivindicações, a COVID-19 teve um impacto devastador na Amazônia colombiana, com taxa de mortalidade de 4.93% na população indígena do Amazonas, em comparação com uma taxa nacional de 3.2%. Outros departamentos amazônicos viram um aumento real de casos no período final do ano, incluindo Putumayo, Guaviare, Caquetá, e Vaupés. A bem da verdade, cerca de 80% dos casos em toda a Amazônia colombiana ocorreram no quartil final de 2020.

Com muito da cultura, das tradições e do conhecimento sendo passado oralmente dessas gerações mais velhas para as mais novas, a morte de tantos idosos pela COVID-19 causou um estrago incomensurável para essas comunidades.

Também é vital lembrar, em particular, da perda de anciãos e líderes indígenas na Amazônia colombiana. Com muito da cultura, das tradições e do conhecimento sendo passado oralmente dessas gerações mais velhas para as mais novas, a morte de tantos idosos pela COVID-19 causou um estrago incomensurável para essas comunidades. Pelos idos de dezembro de 2020, foi estimado que o vírus afetou mais de 50 comunidades amazônicas e causou a morte de mais de 100 indígenas, 100 dos quais tinham ultrapassado os 50 anos, dentre os quais 43 tinham mais de 75 anos. De acordo com a Fundación Gaia Amazonas, isso representou a “perda de um conhecimento inestimável para cada uma das comunidades indígenas afetadas”.

Cerimônia em tempos de Covic-19: (na ponta direita) e outros tomadores de yagé de sua comunidade. Resguardo Inga de Yunguillo em Putumayo. Foto de Rossy Muchavisoy.

COVID-19 causa um golpe inesperado

Por trás dessas figuras estão inúmeras histórias de luta das comunidades indígenas para sobreviverem não só às implicações de saúde do vírus, mas também ao impacto continuado das medidas de quarentena nos níveis econômico, psicológico e espiritual da vida coletiva. “Nós tivemos basicamente zero de renda durante vários meses”, explicou Henrri Muchavisoy. Muchavisoy é um taita de Resgardo Inga de Yunguillo em Putumayo, que viaja periodicamente para condizir cerimônias de Yagé em outras áreas da Colômbia.

“Tem sido difícil tentar gerenciar todas as contas e despesas mensais, e estar em dia com todos os gastos. Nós tivemos que colocar os projetos da família em espera”, disse Muchavisoy. Ele relatou que sua vila não tem a infraestrutura econômica necessária para possibilitar que as pessoas ganhem dinheiro suficiente e não há nenhuma grande empresa ou projeto nos quais as pessoas possam trabalhar. Impossibilitados de organizar cerimônias em outras áreas da Colômbia, Muchavisoy não poderia conseguir a mesma renda de períodos pré-pandêmicos, e a ajuda do governo era extremamente limitada.

A ameaça à estabilidade familiar de pessoas indígenas não só na forma de um golpe econômico, mas também de recursos insuficientes de saúde pública também colocou os indígenas em uma situação de risco desproporcionar em relação à COVID-19.

Jhon Moreno é um advogado especialista em direitos humanos e em gestão ambiental e justiça indígena. is a human rights lawyer and a specialist in environmental management and Indigenous justice. He is Indigenous Kotiria, from the department of Vaupés. Moreno emphasized the precarious nature of the health system in these areas, especially deeper parts of the Amazon. “The pandemic has laid bare the lack of not only medical infrastructure and resources in the Amazonian region in Colombia, but also the lack of qualified personnel,” he explained.

“Enquanto incontáveis grupos indígenas tem feito reivindicações para mais apoio dos governos nacional e local, essas demandas tem sido deixadas insistentemente sem resposta. As autoridades dizem que elas tem boa vontade política, mas não tem os recursos necessários para atender as necessidades dessa região durante a pandemia”.

“Enquanto incontáveis grupos indígenas tem feito reivindicações para mais apoio dos governos nacional e local, essas demandas tem sido deixadas insistentemente sem resposta. As autoridades dizem que elas tem boa vontade política, mas não tem os recursos necessários para atender as necessidades dessa região durante a pandemia”.

Histórias de resistência e o poder das plantas sagradas

Largamente privadas do acesso ao sistema de saúde moderno e do apoio do Estado, essas comunidades tiveram que se voltar para uma outra fonte de esperança e resistência na luta contra a pandemia: As plantas medicinais tradicionais. Moreno explicou que ele escuta incontáveis histórias do uso dessas plantas em conjunto com canções e música tradicionais como forma de proteção contra os piores efeitos da COVID-19. “Algo que eu tenho ouvido uma vez após a outra através de toda a região, é que é graças a essas plantas que o número de mortes não é muito maior”, ele diz.

Rosendo Ahué é o conselheiro de saúde (o que engloba tanto a medicina tradicional quanto a ocidental) da ONIC (Organización Nacional Indígena de Colombia), e é um indígena Tikuna, morador do departamento do Amazonas. Ahué analisou como a COVID-19 fez com que muitas comunidades amazônicas olhassem para seu passado ancestral para encontrar a “armadura espiritual” necessária para confrontar a pandemia.

Henrri Muchavisoy (fila de cima, na ponta direita) e Alex Rojas Mutumbajoy (fila de baixo, segundo a partir da direita) com outros taitas e tomadores de yagé em Putumayo em novembro, 2020. Foto de Erika Julieth Muchavisoy Mutumbajoy.

“Nós temos que colocar mais valor e importância em nosso conhecimento ancestral e usar nossos próprios métodos e práticas que tem sido passados de geração em geração desde nossos ancestrais para nos proteger, proteger aos nossos anciãos, nossas comunidades e nossos territórios”, ele dis. “Enquanto a pandemia tem tido um impacto negativo, ela tem tido um impacto positivo também. Nós temos sido capazes de nos fortalecer internamente e espiritualmente para enfrentar essa situação”.

Yagé cumpre um papel decisivo nessa ação de fortalecimento e empoderamento, e está ajudando muitas comunidades a construir resiliência nesses tempos. “O yagé é a parte central da tradição e cultura de minha vila”, compartilha Alex Rojas Mutumbajoy. De fato, o yagé não é usado somente para curar a pessoa que o ingere, mas como uma ferramenta para as pessoas da comunidade Mutumbajoy identificarem outras plantas medicinas que poderiam atuar como vacunas naturales (vacinas naturais): uma medida preventiva contra os piores efeitos do vírus.

Henrri Muchavisoy também sublinhou a importância do yagé não somente para o tratamento de questões físicas, mas para os desafios mentais também: “O yagé tem sido crucial para que nós possamos estar aptos para fortalecer nossa fé e permanecer psicologicamente motivados. As pessoas sempre ficam amedrontadas com o tema da morte. O yagé ajudam-nas com isso e reforça sua conexão com Deus, com as plantas sagradas e com a mãe natureza”.

“transmissão usual desse conhecimento ancestral de parte dos anciãos, que é feita através da palavra e da música, tem se tornado mais complicada em face do vírus. Muitos deles tem se tornado reticentes da participação em grandes grupos para partilhar seus conhecimentos”.

Olhando para o futuro, Muchavisoy gostaria de ver recursos econômicos sendo destinados para os sabedoressabedoras da comunidade de modo que esses pudessem utilizar seu conhecimento ancestral para preparar essas plantas medicinais para quem necessita delas. Entretanto, Moreno adicionou que a “transmissão usual desse conhecimento ancestral de parte dos anciãos, que é feita através da palavra e da música, tem se tornado mais complicada em face do vírus. Muitos deles tem se tornado reticentes da participação em grandes grupos para partilhar seus conhecimentos”.

Um tipo diferente de cerimônia de yagé

Na região amazônica, a extensão na qual as pessoas se ligam a rituais tradicionais em torno do consumo de yagé varia de comunidade para comunidade. “Algumas comunidades pararam de realizar cerimônias coletivas por conta do receio com a situação, enquanto outras continuaram, com novos protocolos de biosegurança”, relata Rosendo Ahué.

Fora da Amazônia, é comum encontrar cerimônias e retiros de yagé acontecendo frequentemente em cidades colombianas, incluindo Bogotá, Medellín e Popayán. Tendo tido a chance de participar de algumas em um lugar próximo a Medellín ao longo do último ano, eu voltei a entrar em contato com alguns facilitadores locais para ver como se saíram ao longo da quarentena, assim que as restrições foram relaxadas.

Daniela Villa e Keenan Lee são os fundadores de La Ceiba, um centro de retiros localizado em Girardota, que fica cerca de 45 minutos de distância de Medellín. Villa explicou que, embora eles não tenham realizado cerimônias de março até outubro, eles puderam usar esse tempo para crescer e se conectar de outras formas. Eles utilizaram outras plantas medicinais, incluindo mambeambil, e rapé, e se beneficiaram de práticas de música, dança, yoga e meditação.

Quando se fala de reabertora, La Ceiba não pôde mais organizar cerimônias públicas – que, no passado, chegavam a reunir cerca de 80 participantes. Ao invés disso, eles tem realizado cerimônias privativas e retiros com um máximo de 15 pessoas. Convidados devem preencher um questionário digital antecipadamente, e após a chegada no local eles devem medir sua temperatura e ter a mãos desinfetadas. Durante a cerimônia, cada pessoa bebe yagé em seu próprio recipiente pessoal, e o distanciamento social é seguido sempre que as pessoas compartilham o espaço.

Ivaylo Govedarov, um facilitador de cerimônias, instrutor de respiração e coach, facilitou várias cerimônias locais em Medellín em novembro e dezembro do ano passado. “Antes da pandemia, você iria ver muitos abraços e toques corporais antes e depois da cerimônia; agora essas atitudes foram atenuadas”, conta ele.

“Até mesmo para aquelas pessoas que lidaram bem com a pandemia – considerando todas as particularidades da situação – tem sido muita coisa para processar. Há Even for those who have dealt with the pandemic well—all things considered—it’s been a lot to process. Tem havido um grande acumulo de energia, e o yagé te ajuda a fazer essa energia se movimentar, e te ajuda a transcender sua mente e se conectar com seu coração”.

Quando nós perguntamos se as intenções das pessoas em relação à cura com yagé mudaram durante a pandemia, Govedarov identificou um aumento nos níveis de estresse, mas também um desejo maior em direção à cura e à expansão dessa experiência entre os participantes com os quais ele trabalhou. “Até mesmo para aquelas pessoas que lidaram bem com a pandemia – considerando todas as particularidades da situação – tem sido muita coisa para processar. Há Even for those who have dealt with the pandemic well—all things considered—it’s been a lot to process. Tem havido um grande acumulo de energia, e o yagé te ajuda a fazer essa energia se movimentar, e te ajuda a transcender sua mente e se conectar com seu coração”.

O conhecimento ancestral precisa ser preservado e apoiado

Talvez a mensagem mais forte nas histórias dessas comunidades é a de que é necessário respeitar os conhecimentos, tradições e usos ancestrais de plantas medicinais, bem como seu poder em ajudar a confrontar a crise da pandemia. Isso significa não só trabalhar em direção à valorização e manutenção desse conhecimento no interior das próprias comunidades indígenas, mas também em direção à cooperação e ao respeito pelo uso tradicional de medicinas sagradas por parte do aparato estatal.

Comunidades localizadas em toda a Amazônia colombiana e também em outros lugares do país tem demonstrado grande disciplina, resiliência e adaptabilidade em sua luta contra a COVID-19. Através da conexão com suas próprias práticas ancestrais, do cultivo de relações de solidariedade entre si, e da adaptação a essa nova realidade, essas comunidades tem se tornado ainda mais fortes em face da pandemia.

Arte de Mariom Luna.

Referências

Ambientalistas piden al gobierno acciones prioritarias para enfrentar pandemia en la Amazonia [Ambientalistas pedem ao governo por ações prioritárias para enfrentamento da pandemia na Amazônia]. (2020, 28 de Abril). Sostenibilidad Semanahttps://sostenibilidad.semana.com/actualidad/articulo/coronavirus-en-colombia-piden-al-gobierno-acciones-prioritarias-para-enfrentar-pandemia-en-la-amazonia/50367

Colombia: Impacto humanitario por la COVID-19 en la triple frontera de Amazonas (Colombia, Brasil, Perú) Informe de Situación No. 01 (04/10/2020) – Colombia [Colômbia: Impacto humanitário da COVID-19 na tríplice fronteira do Amazonas (Colômbia, Brasil, Peru) Situation Report No. 01 (10/04/2020) – Colombia]. (2020, 4 de Outubro). ReliefWeb. https://reliefweb.int/report/colombia/colombia-impacto-humanitario-por-la-covid-19-en-la-triple-frontera-de-amazonas

Coronavirus En Colombia El Clamor de Los Indígenas Del Caquetá Para Que No Les Llegue La Pandemia [Coronavírus na Colômbia: o clamor dos povos indígenas de Caquetá para que a pandemia não os atinja]. (2020, 23 de Abril). Sostenibilidad Semanahttps://sostenibilidad.semana.com/actualidad/articulo/coronavirus-en-colombia-el-clamor-de-los-indigenas-del-caqueta-para-que-no-les-llegue-la-pandemia/50208

Coronavirus En Colombia Piden al Gobierno Acciones Prioritarias Para Enfrentar Pandemia En La Amazonia [Coronavírus. Na Colômbia, pedem ao governo por ações prioritárias no contronto à pandemia na Amazônia]. (2020, 28 de Abril). Sostenibilidad Semanahttps://sostenibilidad.semana.com/actualidad/articulo/coronavirus-en-colombia-piden-al-gobierno-acciones-prioritarias-para-enfrentar-pandemia-en-la-amazonia/50367

COVID-19 in the Colombian Amazon: The impact of a pandemic in the jungle. (2020). Gaia Amazonashttps://especiales.gaiaamazonas.org/en/covid-19/informe-en

Hurtado-Ortiz, A., González-Morales, E., & Licht-Ardila, M. (2020). Impacto de la pandemia por covid-19 en el Amazonas, Colombia [Impacto da pandemia de COVID-19 na Amazônia, Colômbia]. Revista de La Universidad Industrial de Santander, 52(2), 187–189. https://revistas.uis.edu.co/index.php/revistasaluduis/article/view/11253/10940

Indígenas del Caquetá se declaran en emergencia por no tener cómo enfrentar la pandemia [Indígenas de Caquetá se declaram em emergência por não ter como enfrentar a pandemia]. (2020, 23 de Abril). Sostenibilidad Semanahttps://sostenibilidad.semana.com/actualidad/articulo/coronavirus-en-colombia-el-clamor-de-los-indigenas-del-caqueta-para-que-no-les-llegue-la-pandemia/50208

Seguimiento, entrega de herramientas en los departamentos de: amazonas, guainia, caqueta, guaviare, putumayo y vaupes [Monitoramento, entrega de ferramentas nos departamentos de: Amazonas, Guainia, Caqueta, Guaviare, Putumayo e Vaupes]. (2020, 6 de Julho). Opiac. https://opiac.org.co/seguimiento-entrega-de-herramientas-en-los-departamentos-de-amazonas-guainia-caqueta-guaviare-putumayo-y-vaupes/

Sinclair, E. P. (2020, 3 de Dezembro). Iquitos, capital of ayahuasca, struggles during COVID [Iquitos, capital da ayahuasca, luta durante a COVID]. Chacrunahttps://chacruna.net/iquitos-ayahuasca-herd-immunity-covid/

Rey, G. H. (2020, 18 de Dezembro). Sabiduría ancestral, otra pérdida en la Amazonia [Sabedoria ancestral, outra perda na Amazônia]. El Tiempohttps://www.eltiempo.com/colombia/otras-ciudades/coronavirus-en-amazonas-sabiduria-ancestral-otra-perdida-en-la-amazonia-555779

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